sexta-feira, 14 de junho de 2013

Aquarelas pra que te quero!

Oi gente!

Como esse negócio de ser blogueira tá na moda, eu vou aproveitar minha empolgação e emendar um post em seguida do outro mesmo, assim, bem faceira!

Embora os retratos demonstrem bem a minha evolução no desenho - como já disse outro dia,  técnica indispensável na formação de qualquer artista visual (agora dizem por aí que não é mais artista plástico, tá?), tava sentindo falta das cores por aqui...

Tô sempre intercalando algumas aventuras coloridas entre um retrato e outro, afinal, ninguém é de ferro... Já falei que gasto em torno de 10 a 15 horas pra concluir um rosto? Pois é... Cansa. Além do que, o trabalho realista, apesar de muito gratificante, restringe muito a parte criativa da coisa, por razões óbvias: tem que ficar igual, tal qual a referência! É um exercício maravilhoso pro desenvolvimento das noções de proporção, perspectiva, luz, etc, mas como sempre fui aluna do fundão, essa coisa de ser tudo certinho o tempo todo precisa de um meio termo pra continuar sendo prazerosa... e aí mergulho nas cores de volta, feliz da vida!

Como tô cheia de coisas pra postar, resolvi parar de poupar e colocar vários trabalhinhos de uma vez só (talvez eu me arrependa quando chegarem as vacas magras: período em que a criatividade resolve hibernar), mas, tudo na vida envolve algum risco, afinal, não é?

Como meus frequentadores mais fiéis devem ter notado, mudei o pano de fundo do blog hoje e a pintura da vez foi uma despretensiosa moçoila em aquarela... Tenho pesquisado, observado e tentado desenvolver diversas técnicas, coisas que vão aparecer por aqui aos poucos. Segundo 'bocas de matilde', a aquarela é a mais difícil das técnicas de pintura; fiquei surpresa ao saber; embora sejam lindas e poéticas, sempre tive um conceito (bem popular) de que as pinturas a óleo seriam a mais elevada expressão das artes, até que descobri nos googles da vida (portanto, de fonte insegura) que a pintura a óleo é a mais fácil entre as representações em tela e papel, por conta da facilidade na mistura das cores... Interessante, né? E eu, tola, sempre passei a léguas de distância das tintas óleo, já que no meu processo autodidático decidi 'começar por baixo'... até agora não arrisquei nada em óleo (pq mal dou conta de usar todo o material que já acumulei em casa) mas elas estão na minha wishlist da coleção outono inverno (pq eu uso linguagem de blogueira fashionista também, tsá? Juro que uma hora dessas eu posto meu #lookdodia de pijama com a cara toda suja de tinta ou carvão e os cabelos mais arrepiados que filhote de demônio da Tazmânia).

Tá, chega de conversa fiada... Abaixo, algumas das aquarelas que mais gostei entre as últimas tentativas... Mas olha, é realmente difícil chegar a um resultado legal, pq é tudo muito aquoso e há que se trabalhar justamente com a beleza da imprecisão das formas.
   
Papel Offset Tilibra - 128 g - 21X 27,5 cm

O mais recente, feito ontem, 13/06 - Papel Canson - Gramatura 200 - 42 X 59 cm
Papel Offset Tilibra - 128 g - 21X 27,5 cm
Esse rosto foi trabalhado com
lápis de cor aquarelável,
por isso  consegui
detalhes mais precisos
 
Papel Offset Tilibra - 128 g -
 21X 27,5 cm


Papel Canson - Gramatura 200
Tamanho: A4





















Gostaram? 

Tô super feliz com o aumento diário de acessos ao blog; todo dia entra um punhado de gente de todo canto do mundo e isso é, definitivamente, estimulante! Decidi parar de boicotar minha vontade de mostrar meu ladinho artista e isso tem sido uma verdadeira libertação... Viva a Arte!!! 

Afinal, o que seria da vida sem a arte? O que seriam dos nossos dias sem um pouco de música? O que seriam das cidades sem a arquitetura? O que seria do mundo sem as cores? E das horas vagas sem o cinema, o teatro ou a literatura? O que seria da história sem a fotografia? A arte está em todo lugar e quando se abre as janelinhas da percepção tudo se torna passível de ser eternizado, através da arte! Cada dia mais percebo que a arte é muito mais observação do que um traço ou uma pincelada; a arte está nos olhos. Qualquer mão pode criar, pode reproduzir, retratar, basta apurar os olhos... E se enredar nesse contexto pode ser transformador! De repente até mesmo aqueles abstratos confusos de outrora passam a fazer sentido, um rosto envelhecido desperta um interesse inusitado, um reflexo numa janela se revela um desafio de representação... Qualquer pensamento, idéia, sentimento ou vontade pode ser exprimido. A arte pode traduzir com beleza a mais feia das verdades. Simplesmente, não há limites.

Athur Shopenhauer, o filósofo mais azedo do século XIX, na sua obra mais importante "O mundo como vontade e representação" (que eu não dei conta de ler até o fim - ainda, pois embora muito rico, a  interpretação é difícil e a leitura pesada) explora um tema que tem a ver com essa conversa, que ele subdivide como: 'A arte como libertação da vontade'. Ele diz o seguinte:

"Tudo o que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objeto em relação ao sujeito, percepção apenas, em relação a um espírito que percebe, é pura representação (…). Tudo o que o mundo encerra ou pode encerrar está nesta dependência necessária perante o sujeito, e apenas existe para o sujeito. O mundo é representação(...)"

Ou seja, o mundo é o que vemos ou o que mostramos, depende de que lado estamos, mas em qualquer um deles, a escolha é nossa! 

See you soon!

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